Bioestimulantes e corretores de carências

O que é um bioestimulante?

Os bioestimulantes agrícolas incluem diferentes compostos químicos ou microrganismos que ajudam as plantas a melhorar e regular seus processos fisiológicos e bioquímicos, com o objetivo de tornar seu cultivo mais eficiente.

Portanto, há uma grande diferença entre um bioestimulante e um fertilizante. Os fertilizantes fornecem à planta os nutrientes de que ela precisa para se desenvolver adequadamente. Os bioestimulantes, por outro lado, não fornecem nutrientes diretamente, mas estimulam os processos fisiológicos da própria planta para melhorar a disponibilidade e absorção de nutrientes.

Para que servem os bioestimulantes agrícolas?

Graças às propriedades que acabamos de mencionar, os bioestimulantes fazem com que a colheita atinja todo o seu potencial, estimulando os processos metabólicos das plantas. Isso melhora a absorção e assimilação de nutrientes, favorecendo o desenvolvimento das culturas.

Os bioestimulantes agrícolas não apenas apoiam o rendimento e a qualidade das culturas, mas também otimizam o consumo de outros recursos, como fertilizantes. Além disso, promovem a tolerância das plantas ao stress abiótico e ajudam-nas a recuperar-se mais rapidamente quando sofrem danos causados, por exemplo, por geadas ou pragas. Por todas essas razões, os bioestimulantes promovem uma agricultura mais sustentável.

Mais importante ainda, graças aos bioestimulantes agrícolas, a indústria depende menos dos fertilizantes clássicos. Desta forma, contribui para reduzir a utilização de fertilizantes, um dos objetivos estabelecidos no Pacto Ecológico Europeu para alcançar a neutralidade climática até 2050.

Classificação de bioestimulantes na agricultura

Existem muitos tipos de bioestimulantes e cada um deles oferece certos benefícios. Abaixo, indicamos quais são os mais utilizados no setor agrícola:

1. Ácidos húmicos e fúlvicos. Eles vêm de restos de plantas ou animais e da atividade metabólica de microrganismos, por isso fazem parte da matéria orgânica dos solos. Eles incluem compostos muito heterogêneos e, graças ao seu uso, a fertilidade do solo é significativamente melhorada.
2. Aminoácidos e misturas de peptídeos. São obtidos a partir da hidrólise química ou enzimática de proteínas, tanto de origem animal como vegetal. São muito versáteis e, graças à sua solubilidade, mobilidade e compatibilidade com outros insumos agrícolas, são amplamente utilizados nas lavouras.
3. Algas e extratos vegetais. Embora tenham sido usados como fertilizantes desde os tempos antigos, suas propriedades como bioestimulantes agrícolas foram descobertas recentemente.
4. Quitosanas e outros biopolímeros. Os biopolímeros são normalmente usados nas indústrias de cosméticos, alimentos e medicina. Recentemente, eles também começaram a ser usados na agricultura. O mais difundido é a quitosana, a forma desacetilada da quitina, porque é capaz de se ligar a uma ampla variedade de compostos celulares.
5. Compostos inorgânicos. Esta categoria inclui diferentes elementos químicos que causam efeitos benéficos nas plantas e até se tornam essenciais para algumas espécies. Por exemplo, o selênio ajuda a proteger as plantas de ataques patogênicos e o silício fortalece as paredes celulares.
6. Fungos e bactérias benéficas. Nem todos os microrganismos são prejudiciais, mas alguns deles contribuem para melhorar a saúde da cultura. É por isso que bactérias e fungos estão começando a ser usados para fins bioestimulantes. Seus benefícios estão relacionados à resistência a doenças, tolerância ao stress e ao fornecimento e uso eficiente de nutrientes.

Como a indústria química ajuda no desenvolvimento de bioestimulantes?

A formulação de bioestimulantes é muito mais complexa do que os fertilizantes NPK tradicionais. Além disso, é necessário garantir que sua fórmula seja estável, tenha uma longa vida útil e seja facilmente manejável para o agricultor. E se isso não bastasse, há uma grande variedade de bioestimulantes, e cada um desempenha um papel específico no rendimento das culturas.

Por todas estas razões, é aconselhável contar com especialistas em química que tenham um conhecimento profundo dos diferentes tipos de bioestimulantes agrícolas e das suas propriedades, bem como do seu comportamento nas diferentes culturas. Isso garantirá que o produto formulado cause os efeitos desejados e que o faça da maneira mais eficiente.

Afinal, a indústria química é uma parte intrínseca da agricultura, que deve ser apoiada por ela para melhorar o desempenho da produção global de alimentos por meio de agroquímicos eficientes e sustentáveis

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